quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Como são produzidos os Espelhos

Espelhos são uma aplicação de vidro muito antiga, foram os primeiros produtos da Saint Gobain, sendo bastante empregados nos dias atuais.

Eles são vidros, produzidos a partir de vidro plano float, que refletem completamente a luz que incide sobre eles.

Os vidros que se destinam a produção de espelhos tem que apresentar um alto grau de qualidade, tendo as superfícies perfeitamente planas e paralelas, pois pequenos defeitos se traduzem em deformação da imagem refletida.

A produção de espelho requer uma seqüência de diversas operações que a seguir serão descritasas de uma maneira sintética.

Sobre o vidro que originará o espelho são depositadas diversas camadas de diferentes materiais. A primeira delas é de prata. A quantidade de prata aplicada é muito pequena, de 0,7 a 1 grama por metro quadrado, sendo portanto muito fina, com cerca de 1/10000 mm.

Antes da aplicação da prata o vidro deve ser muito bem limpo e além da lavagem propriamente dita é realizado um polimento da superfície, pois qualquer impureza prejudica a fixação da prata e consequentemente a reflexão. Normalmente se utilizam vidros recém produzidos (no máximo com 3 meses) e a prata é sempre aplicada do lado atmosfera do vidro, isto é, do lado que não esteve em contato com o estanho no processo float, pois qualquer resíduo deste metal pode ser prejudicial. A prata é adicionada sob a forma de um sprai de uma solução de nitrato de prata.

A camada de prata sendo tão fina, requer a aplicação de uma segunda camada de cobre metálico, o que é realizado através da pulverização de uma solução de sulfato de cobre. A função do cobre é proteger a prata da oxidação, que criaria manchas e também que a prata seja removida pelo contato mecânico. A quantidade de cobre aplicado é de 0,2 a 0,3 gramas por metro quadrado de espelho, sendo portanto também muito fina.

Finalmente para a proteção da camada de cobre e garantia da integridade e durabilidade do espelho são aplicadas duas camadas de tinta, a primeira para impedir contato do ar e umidade com o cobre e a segunda para uma proteção física de todo o conjunto, inclusive impedindo a passagem de qualquer luz, que viria a interferir com a luz refletida.

Este processo, acima descrito, se refere aos espelhos comuns, utilizados nos móveis e na construção civil em geral. Os espelhos empregados, por exemplo, em retrovisores de veículos, que ficam expostos a intempéries ao longo de sua vida são produzidos através da deposição de vapores metálicos sobre o vidro. Por ser um processo de custo muito superior tem aplicação bastante restrita.

Os vidros semi-refletivos, empregados em fachadas de edifícios, que refletem parte da luz mas também permitem passagem de parte dela são produzidos por outros processos, aplicado diretamente na linha float.



Mauro Akerman (Consultor Escola do Vidro)

Arte em Vidro

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